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15 de jan. de 2013



 Eu odeio voar. O pouso e a decolagem provavelmente são os piores momentos para mim, mas o resto não deixa de ser quase tão ruim quanto. E não importa o quanto as pessoas digam que é completamente seguro, que não preciso me preocupar com nada, nem meu psicológico, nem meu físico conseguem se acalmar e/ou concordar. E isso era tudo em que eu conseguia pensar durante as quase 3 horas de voo de Aracaju até São Paulo. Elas já foram ruins (bem, foram calmas, quase não teve turbulência, mas isso não me fez amá-la mais), mas pareciam joaninhas perto das 9:30h até Nova Iorque. A viagem para o Rio também foi tranquila, e bastante curta. O tempo de espera foi bem mais curto e logo estávamos tirando sapatos e casacos para embarcar (não sou de fazer enxame por essas coisas, mas Cássio Reis e família estavam no mesmo voo).

 Logo ao chegar em Nova Iorque, depois daquele longo voo (que por sorte foi noturno, então fui obrigada a tirar cochilos), tivemos de enfrentar quase três horas de fila na imigração. Ao menos as filas andam rápido lá, pois aquela dava voltas e mais voltas, até onde a vista alcançava. Pelas enormes janelas de vidro da sala onde estávamos, notei que é engraçado como o sol nasce tarde e se põe cedo no inverno de lá – ele ainda estava se espreguiçando e se espalhando pelo céu quando chegamos, perto das 6 da manhã. Na fila você vê gente de todos os tipos e de todas as nacionalidades, e um profissionalismo de dar gosto de todos os funcionários. Ali você vê logo propagandas de diversas marcas, como Tiffany&Co, e um pôster enorme de Wicked. É quando você cai em si de que realmente não está mais no Brasil.

 Após passar pela imigração e pegar as malas, você dá de cara com um hall enorme e de vários andares. Pessoas passando para lá e para cá a todo o tempo, e você mal tem tempo para observar tudo calmamente até ir ao banheiro, porque o frio enregelante chega lá dentro. Então você corre para o restroom e veste a segunda pele, a meia calça, outra blusa de manga longa, cachecol, meias grossas, luvas, gorro e, ufa, o casaco. No ônibus que te leva do aeroporto até Manhattan, você percebe que ainda não havia visto metade da grandeza do aeroporto: com 8 portões de embarque e desembarque, ele parece uma cidade. Vários viadutos com carros, vans, ônibus e até aeronaves a todo instante correndo por eles. Acho que Aracaju cabe lá dentro.

 Provavelmente vou levar umas reclamações por fazer propaganda, mas a localização do hotel é incrível. Fica em frente ao Madison, com várias saídas da Penn Station ao redor, e é só descer a avenida que você chega na Times Square, além de que na esquina seguinte está a Macy’s, a maior loja de departamento do mundo. Mas nós só podíamos fazer o check-in às três da tarde e ainda era meio-dia, então deixamos as malas guardadas e fomos almoçar porque ninguém é de ferro. Em seguida fomos à Macy’s para tentar comprar casacos, mas não conseguimos nos encontrar, a loja é muito grande e estávamos lá pela primeira vez. Fomos, então, à Century 21, e lá compramos nossos grandes amigos pelo resto da viagem por preço de banana (a Century compra as roupas dos estilistas e dá descontos enormes para que você possa “afford to look great anytime”). Também compramos nossas luvas e mais gorros, porque estes nunca são demais.

 A essa altura o hotel já estava aberto para check-in, então voltamos para lá. Tiramos algum tempo para descansar e saímos novamente. Infelizmente chovia muito naquele dia (e essa chuva foi bastante insistente nos próximos dois ou três dias também), então a Times Square estava quase... Inacessível (claro que para se dizer isso deve-se somar a chuva e o cansaço da viagem que ainda não havia sido curado). Precisávamos de botas impermeáveis, então fomos à sessão de sapatos da Macy’s, que estava uma bagunça devido às promoções de fim de ano, então mais uma vez saímos de mãos vazias. Mas podem ter certeza de que a caminhada valeu: não tem nada com se embasbacar com a beleza de Manhattan pela primeira vez.

 Após comer nosso primeiro McDonald’s internacional (de vários), fomos ao K-Mart para nos sentirmos nativos e comprar algumas bobagens, tal como chocolate e meu lindo pôster de Avengers (e água, que não é bobagem, mas foi adquirida também). O supermercado é realmente um troço enorme, e o último andar subterrâneo tem saída nada mais, nada menos que na Penn Station. Então estávamos ridiculamente perto do hotel depois das nossas compras. Fomos para lá para descansar e nos preparar para o dia seguinte.

 Só para constar, não fui eu que tirei essa foto, hein galera. A gente não tirou fotos no primeiro dia (boo!).



 First look: valha-me Cristo, isso sim é primeiro mundo.
 Personal: a chuva, por mais que tenha nos atrapalhado, dá um charme todo especial para a ilha, principalmente quando você olha para cima e vê uma daquelas saídas de ar do metrô. Parece coisa de filme, sabe, que você nunca tinha esperado presenciar na vida. Daí você vai sorrir do seu próprio susto e leva outro porque a temperatura está baixa o suficiente para fazer fumacinha branca na frente do seu rosto. Você se sente ridiculamente pequena se colocando num lugar como aquele, mas é uma sensação surpreendentemente boa, porque você sabe que isso não importa, o que importa é que você está lá. A cidade está sempre em movimento e é superverdade que as pessoas dizem que ela nunca dorme: você não sabe quando é domingo porque tudo abre no domingo do mesmo jeito que na segunda, na terça, na quarta etc. E às 11 da noite é quando ela está mais viva. TUDO é bonito de uma maneira extremamente diferente do que a gente está acostumada a achar bonito no Brasil. Mãe, pai e até meu irmão e (nova) madrinha: obrigada.
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Written by Lovely

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